A definição mais comum do Turismo de Negócios é referente a uma modalidade de serviços e produtos turísticos relacionados a atividades profissionais e corporativas diversas. Internacionalmente, é comum encontrar o termo MICE — Meetings, Incentive, Conferences and Exhibitions, ou Encontros, Incentivo, Conferências e Exposições — para se referir a essa área.
À primeira vista, pode parecer que o Turismo de Negócios seja uma área muito nichada, restrita a empresários, empresas e profissionais de diversas áreas e, portanto, que gera pouco volume de viagens e demandas turísticas. Nada mais equivocado, segundo mostram as estatísticas sobre o assunto.
De acordo com números da Associação Brasileira de Viagens Corporativas (Abracorp), entre janeiro e maio de 2023 o setor faturou R$5,4 bilhões, o que equivale a 15% a mais que no período anterior ao da pandemia de covid-19.
Para chegar a esses números, a Abracorp levou em conta 11 setores que são amplamente movimentados pelo Turismo de Negócios, como o de locação de veículos, hoteis, seguros e serviços aéreos.
Dados da Pesquisa Nacional de Domicílios — PNAD — realizado pelo Ministério do Turismo e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE — mostram que essas viagens corporativas e profissionais, em 2021, representavam cerca de 14,6% do total de viagens realizadas no Brasil.
Portanto, trata-se de um setor muito importante e que merece total atenção das agências de turismo e de viagens.
Quais as principais características do Turismo de Negócios?
Comparativamente a outras modalidades de turismo, como aqueles relacionados ao lazer e entretenimento, o Turismo de Negócios tem algumas particularidades muito importantes a serem observadas.
Uma delas é que as viagens no Turismo de Negócios tendem a ser de curta duração. De maneira geral, são viagens que têm a duração dos eventos, como encontros e conferências profissionais. Não é incomum que profissionais que vão a um evento corporativo chegarem e partirem da mesma cidade no mesmo dia, após cumprirem sua agenda.
Por sua vez, as viagens no Turismo de Negócios tendem a ser mais frequentes. Uma mesma pessoa que viaja a trabalho ou para encontros profissionais de sua área de atuação pode fazê-lo várias vezes ao ano. Nesse sentido, há de se observar que não há algo como uma baixa temporada para o Turismo de Negócios, uma vez que essas viagens não dependem de férias, datas comemorativas ou feriados, ocorrendo como parte da rotina profissional.
Ainda que o Turismo de Negócios não tenha a mesma sazonalidade que as modalidades relacionadas ao lazer e ao entretenimento, essa modalidade de turismo cumpre agendas bastante rígidas. De maneira geral, grandes eventos corporativos são divulgados e recebem inscrições meses antes de sua realização. Portanto, é comum que participantes já adquiram produtos turísticos com bastante antecedência, diante disso.
Impacto do Turismo de Negócios na economia local
O Turismo de Negócios é sempre um ramo que demanda bastante atenção das políticas de incentivo ao consumo. E isso tem uma razão bastante prática para os gestores públicos: ele impacta positivamente toda a economia local, mobilizando uma longa cadeia de serviços. E como não se trata de um setor do turismo com uma sazonalidade específica, ele pode trazer benefícios permanentemente às economias locais.
Citando novamente a pesquisa do PNAD, citada no início deste artigo, 56,7% das pessoas que viajaram no Turismo de Negócios em 2021 usaram carros particulares ou de empresas como principal meio de locomoção nos seus destinos. Isso mobiliza, por exemplo, empresas de locação de veículos e motoristas particulares, dentre outros profissionais.
A própria rede hoteleira vê no Turismo de Negócios uma grande oportunidade, uma vez que participantes de eventos e encontros representam possibilidades de ocupação durante todo o ano. Não é incomum que hoteis, equipados com estrutura para a realização de conferências e encontros, realizem nas suas dependências esses grandes eventos corporativos.
Vários outros serviços são acionados pelo Turismo de Negócios, como os vários serviços de alimentação, excursões, passeios, hospedagens, dentre outros. Em caso de eventos internacionais, serviços de tradução ou guias nas cidades também têm demandas.
Como as empresas se beneficiam com o Turismo de Negócios?
As empresas se beneficiam de várias maneiras com o Turismo de Negócios. A participação de encontros e eventos de seus setores de atuação permite a formação e ampliação de networking. Também serve para a apresentação e divulgação de novos produtos e serviços, contatos com fornecedores e formação de parcerias.
Além do mais, as empresas que atestam as suas presenças nos eventos de referência nas suas áreas de atuação fortalecem suas marcas no mercado. São momentos de se obter visibilidade e ter contatos com outros profissionais e empresas, o que contribui bastante para seu crescimento.
Vantagens do Turismo de Negócios para profissionais
Não somente empresas podem se beneficiar do Turismo de Negócios. Um profissional que participa dos encontros de referência na sua área também conseguem grandes vantagens em relação aos que não participam. Uma das mais importantes é a de formar e ampliar sua networking, conhecendo outros profissionais, investidores e empreendedores de seu setor.
Nesses eventos, oportunidades profissionais podem se abrir e podem ser aproveitadas. Por isso que eles são tão procurados.
Tipos de eventos corporativos no Brasil
No ano de 2023, somente na cidade de São Paulo, cerca de 6,67 milhões participaram de eventos com foco em negócios, de acordo com dados do Barômetro de Eventos B2B, realizado pela União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios (Ubrafe). Cerca de 30% desse total de pessoas vêm de outras cidades e países, trazendo um impacto de aproximadamente R$7 bilhões na economia da capital paulista.
Números tão expressivos denotam haver um setor bastante robusto quando se trata de eventos empresariais e corporativos. São vários tipos, que mobilizam vários interesses e públicos.
Um ponto a ser sempre observado é a natureza do evento enquanto enfoque geográfico. Há eventos locais, regionais, nacionais ou internacionais. Cada qual é voltado a públicos de maior ou menor dispersão geográfica e esse dado é fundamental para se pensar estratégias de Turismo de Negócios, quando for o caso.
Os dados da Ubrafe mostram outro dado interessante: seminários internos, treinamentos e lançamentos de novos produtos representam cerca de 60% das participações em eventos corporativos em São Paulo durante 2023. Esse dado é importante no sentido de se entender que muitos eventos são voltados para os quadros de empresas e associações que os organizam, como funcionários, sócios, afiliados e demais.
Por isso, há demandas de Turismo de Negócios relacionados a públicos que viajam para cursos, formações, visitas técnicas e missões empresariais diversas, que geram demandas diferentes em termos de tempo de estadia ou demanda por produtos.
Chamam mais atenção os congressos, sobretudo aqueles considerados grandes — cuja expectativa de inscritos seja superior a 700 pessoas. Nesses, que geralmente são organizados ao longo de anos e as pessoas se inscrevem meses antes da sua realização, as demandas em toda uma cadeia de produtos turísticos é maior, visto haver, em alguns deles, um fluxo de milhares de pessoas durante seus dias de realização.
Ainda poderíamos citar feiras, debates, simpósios e workshops, por exemplo, como tipologias comuns de eventos corporativos. Há, enfim, muitas possibilidades quando falamos de Turismo de Negócios.
As agências de turismo e o Turismo de Negócios
As agências de turismo e de viagens podem lucrar com o Turismo de Negócios de várias maneiras. Uma delas é o fato de essa modalidade não depender de sazonalidade, sendo ótima alternativa para baixas temporadas. Mas isso também exige uma organização das agências e da cadeia de operadores de turismo como um todo, de maneira que um grande evento não se torne uma oportunidade perdida.
Um ponto importante é ter em vista o calendário de eventos. Há milhares de eventos corporativos e empresariais previstos no Brasil durante todo o ano, sendo a maioria deles localizados em grandes capitais. Uma empresa pode, por exemplo, escolher alguns conforme sua área ou região de atuação para investir em ações de marketing ou promoções para atrair participantes.
Como dissemos, o Turismo de Negócios aciona uma cadeia substantiva de demandas por produtos turísticos. Nesse sentido, firmar parcerias com locadoras de veículos, restaurantes ou redes de hotelaria e hospedagem podem ser bastante significativas.
Um diferencial também pode ser o oferecimento ou a mediação por serviços relacionados à otimização do tempo dos participantes. Em eventos corporativos, há demandas por deslocamentos rápidos para o cumprimento de agendas, o que também implica cumprimentos de horários e participação de eventos sociais, como jantares e confraternizações.
Cabe, por fim, acrescentar que outras modalidades de turismo podem se relacionar ao Turismo de Negócios. Muitas vezes, participantes ou mesmo a organização dos eventos buscam possibilidades de integração e vivência dos contextos das cidades onde os eventos são realizados. Assim, demandas por guias de turismo ou turismo gastronômico, por exemplo, podem surgir.
Considerando toda essa complexidade, um sistema para agência de viagens como o da Excapy, que permite gerenciar de forma mais eficiente todo o processo de venda e organização na mesma plataforma, são ótimos para atuar no Turismo de Negócios.
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