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  • Foto do escritorRenato Araújo

Turismo de Experiência: explorando o destino turístico na sua essência

turismo de experiencia

Podemos definir como Turismo de Experiência uma modalidade de turismo que busca se contrapor ao turismo de massa. Se as viagens de um turismo tradicional, nessa perspectiva, se resumem a contemplar destinos mais tradicionais e visados e descansar nas horas livres, essa modalidade pretende fugir radicalmente deste modelo.


Cada vez mais, este conceito vem sendo utilizado para se pensar em produtos turísticos que são disponibilizados no sistema para agência de viagens de várias agências e empresas.


E como o Turismo de Experiência faz isso? A ideia, em grande medida, implica explorar destinos de maneira mais ampla e completa, buscando vivências mais profundas nos destinos visitados.


E essas vivências são tão variadas quanto os destinos, podendo incluir participar de festividades locais ou experimentar pratos típicos, aprender coisas novas em comunidades tradicionais, experimentar por algum tempo a rotina da população local e muito mais.


O termo tem uma relação com o conceito “economia de experiência”, que apareceu pela primeira vez em 1998, em artigo dos economistas estadunidenses James H. Gilmore e Joseph Pine II. Segundo eles, na economia do século 21, as empresas teriam cada vez mais que promover situações, eventos e produtos memoráveis aos clientes a ponto de que a própria memória afetiva do cliente se torne mercadoria.


Aplicado ao turismo, trata-se da busca de uma viagem que seja inesquecível não somente pela visita a locais famosos ou participação de grandes eventos, mas de um contato mais íntimo do turista com o local de maneira a se produzir uma memória positiva mais significativa com aquela viagem.


É possível fazer paralelos, guardadas as devidas proporções e diferenças de objetivos e de finalidades, entre o Turismo de Experiência e as viagens de campo feitas por antropólogos em comunidades humanas que estudam. Isso porque a ideia é ir além da superfície dos destinos, conhecendo-o para além dos cartões postais, buscando experimentar tudo aquilo que escapa do turismo de massa.


Encurtar distâncias

O termo Turismo de Experiência pode, à primeira vista, parecer redundante. Isso porque o turismo, por si mesmo, é uma atividade fundamentalmente experiencial. Afinal, ela consiste em sair do seu lugar habitual e viver algum tempo noutro espaço, experienciando algo diferente da sua rotina habitual.


Mas a questão aqui está no “como”. Na perspectiva do Turismo Experiencial, o processo do turismo tradicional ou do turismo de massas tradicionalmente produzem distanciamentos com a rotina local das pessoas com as quais irá se conviver no outro espaço.


Em muitas cidades, os espaços destinados a turistas são segregados ou, no mínimo, bem diferentes daqueles que a população local frequenta. Ao menos sua dinâmica é adaptada a atender gostos e hábitos de pessoas que vêm de fora, o que gera uma certa impressão de superficialidade para o viajante.

O Turismo de Experiência, assim, quer uma viagem que não se reduza a trajetos feitos do ônibus turístico até o cartão postal ou evento a ser visitado, mas procure roteiros de maior interação com a população local. Da mesma forma, essa modalidade de turismo busca incluir nas suas experiências frequentar lugares frequentados rotineiramente por locais, e não somente aqueles voltados para visitantes.


A ideia central do Turismo de Experiência é encurtar distâncias culturais entre o viajante e a localidade que visita, sua realidade como um todo, sua população, culinária, cultura, costumes e todos os aspectos que forem possíveis de serem apreendidos.


Vantagens do Turismo de Experiência

sistema para agência de viagens

O Turismo de Experiência consegue trazer algumas vantagens para diversos atores envolvidos no mercado do turismo. Em certa medida, se torna um ramo atrativo por beneficiar a todas as pessoas envolvidas no processo.


Um primeiro benefício é relacionado à economia local. O Turismo de Experiência leva turistas a locais com pouco fluxo de visitantes, movimentando negócios e atividades. Essa prática impacta sobremaneira comunidades que não são regularmente visitadas por turistas, mas mesmo em destinos turísticos mais famosos, isso pode acontecer ao se incluir locais pouco visados nos roteiros turísticos mais comuns na viagem.


Outro benefício é que o Turismo de Experiência é mais sustentável que o de massas. De modo geral, ele se caracteriza por viagens solitárias ou em grupos menores, além de mover fluxos mais reduzidos de turistas às localidades. Sobretudo quando essas viagens são feitas em locais de maior contato com a natureza, ou então no contato com comunidades tradicionais, o impacto negativo nas rotinas locais é minimizado ou inexistente.


Para o mercado de turismo, o Turismo de Experiência traz também alternativas interessantes. Uma delas é servir de “guarda-chuva” para diversas modalidades de turismo, é possível aliá-lo, por exemplo, ao Ecoturismo, Turismo de Aventura ou Turismo Gastronômico. A questão é referente à abordagem, sempre em grupos menores e prezando uma experiência significativa e diversificada, sempre buscando estreitar a relação com aspectos locais e muitos nichos ganham com isso.


Além do mais, abre-se espaço no mercado do turismo para negócios menores, não voltados ao turismo de massa. O chamado Turismo de Base Comunitária, por exemplo, que é caracterizado pela gestão de uma economia em torno de produtos turísticos por comunidades menores, se beneficia muito com essa modalidade.


Desafios para empresas atuarem no Turismo de Experiência

Grosso modo, podemos atribuir o surgimento do Turismo de Experiência a uma reação do público consumidor às dinâmicas das relações de consumo em um mundo globalizado, com produtos cada vez mais padronizados em todos os ramos.


O importante anuário Amadeus Trends, que recolhe e analisa dados de empresas de turismo de 195 países, mostra que as maiores tendências de 2024 passam pelo oferecimento de produtos turísticos cada vez mais personalizados para clientes. E isso tem relação direta com as demandas supridas pelo Turismo de Experiência.


Quem procura essa modalidade já não se satisfaz com pacotes fechados, que oferecem passeios nos principais pontos turísticos de destinos famosos, e em seguida são conduzidos ao hotel sem qualquer contato com comunidades locais.


Atualmente, é cada vez mais valorizado no mercado que as agências de viagens e demais empresas de turismo oferecem produtos que saiam do tradicional. Além disso, o próprio processo de se elaborar e vender produtos turísticos é impactado, surgindo necessidades como a de se adaptar a grupos menores de turistas, adaptar roteiros e passeios para experiências de maior contato com realidades locais, dentre outras demandas. 


Também há demandas para as empresas de turismo de se incluir nos pacotes experiências que incluam aquilo que houver de mais peculiar nos destinos. O cliente que procura o Turismo de Experiência valoriza atividades como conhecer estabelecimentos comerciais locais, aprender artesanato tradicional, experimentar da culinária nativa para além dos restaurantes e bares padronizados para receber turistas, entre outros elementos que podem tornar a viagem única.


Fundamentos de um Turismo de Experiência

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, disponibiliza material que orienta empresas a implementarem negócios relacionados ao Turismo de Experiência.


Nele, são destacados alguns fundamentos que devem orientar a elaboração de produtos e estratégias para ações no ramo do Turismo de Experiência, dos quais destacamos aqui quatro, que servirão para compreender melhor o conceito: são eles o sentido, o sentimento, o pensamento e a ação. 


O sentido se refere aos elementos que devem compor a experiência turística nessa modalidade que apelam aos sentidos, propriamente. Estimular o paladar com um roteiro gastronômico ou a visão com paisagens exuberantes são exemplos de elementos a serem incluídos no Turismo de Experiência sob esta chave.


Em complemento ao primeiro fundamento, há um segundo, o sentimento, que se refere àquilo que apele à emoção do turista. O objetivo aqui é criar condições para que o turista crie uma relação afetiva com o destino. A participação mais direta em uma atividade cultural local, por exemplo, se encaixa nesse ponto.


O Turismo de Experiência tem outro fundamento, que é o pensamento, que se refere a experiências que remetem à criatividade e ao intelecto do turista, como explorar a cultura local, conhecer sua história ou participar de oficinas de artesanato ou outras atividades tradicionais, por exemplo.


Por fim, existe a ação, que efetivamente se refere ao que a empresa de turismo que atua com o Turismo de Experiência irá fazer para conectar, de maneira significativa, os clientes com as comunidades locais. Aqui vale o que será feito, na prática, para que as pessoas interajam com o contexto local sem parecer algo artificial.


Com esses aspectos em mente, fica mais factível desenvolver produtos turísticos que privilegiem experiências mais significativas e diferentes daquelas típicas do turismo de massas para viajantes de vários perfis. 


Turismo de Experiência e personalização do turismo

Diante do que apresentamos até aqui, fica claro que o Turismo de Experiência, em essência, vai de encontro a modelos tradicionais de agências de turismo que se restringem a vender pacotes fechados, que proporcionam experiências aos turistas muito pouco abertas ao contato mais íntimo com o local.


Por isso, a demanda por pesquisa de preferências dos usuários, novos destinos a serem explorados ou inclusão de destinos e produtos variados nos pacotes crescem, tudo em função de uma maior personalização dos produtos turísticos.


Por isso, um sistema para agência de turismo como o da Excapy, que permite automatizar e reunir sob a mesma plataforma ações operacionais, financeiras e administrativas das empresas, dinamizando seus processos, dinamizam sua atuação, proporcionando uma maior atenção à diversificação de seus produtos.

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